sexta-feira, 13 de março de 2009

A POBREZA IGNORADA

Pobreza!!!
Que palavra essa tão em voga nos dias de hoje.
Decidi fazer hoje este comentário relativo a este assunto, porque não posso ficar indiferente a certas atitudes, muitas vezes talvez por parte de pessoas que o ignoram sem motivos, ou sem darem por isso fechando os olhos. Claro que é o meu ponto de vista, mas provavelmente estou "redondamente" enganado. Que me perdoem se assim é.
Á dias desloquei-me a uma aldeia do interior deste País, mais precisamente no concelho de Idanha-a-Nova no intuito de aprofundar os conhecimentos do Povo local, tal como os seus hábitos e costumes, como é meu apanágio de vez em quando.
Logo que estacionei no centro e ainda a retirar as malas para transportar para o quarto onde iria ficar, surge um sujeito de meia idade, e abraçando-me, e com a alegria profunda dele, começou por dizer que era uma terra onde existia um poeta e que embora não conhecido tinha publicado um livro. De seguida começa por citar alguns poemas, mostrando uma memória de "ferro". Tão intrigado, perguntei quem era o poeta. Mostrando um ar de riso confidenciou que era ele. Que satisfação a minha ao observar tal atitude. O Senhor prontificou-se a ir buscar os livros publicados a fim de nos mostrar.
O Senhor poeta seguiu a sua vida prometendo voltar com os livros.
Pouco depois surge uma Senhora que nos observou na amena "cavaqueira"e até alguma alegria, aproximou-se de nós e comentou que o Senhor Poeta era "maluco", fazendo sinal na testa como de costume.No dia seguinte ,também um Senhor usou os mesmos métodos da Senhora. Intrigado, optei que da próxima iria sentar com ele à mesa e fazer umas perguntas sobre a sua vida. Assim aconteceu no dia seguinte. O Senhor Poeta tinha abandonado a Aldeia nos anos 60 para Lisboa. Pessoa simples e humilde não teve aparentemente alguém na cidade que não o entendesse, e assim esteve na Cidade durante 30 anos, com os dotes que tem, mas sem estudos e sem ajuda lá tem caminhado na sua vida quase solitária,a tomar conta da sua mãe. Humildemente vestido. Humildemente vivendo e sempre alegre falando a toda gente, as vezes até ignorando o seu modo de vida.
Fico indignado muita vez. Verifico que o Povo se vê alguém que não é como eles, basta as vezes não ter emprego, é porque não gosta de trabalhar. É porque é "calão". É porque não tem um certo hábito que o resto dos locais tem, já se põe de parte. É a grande falta de conhecimento, ou cultura que o Povo tem que aponta ou atribuí estes rótulos.
As vezes somos eguístas e só pensamos em nós e não nos outros, e isso por vezes ajuda a criar a pobreza nos outros só porque não são como eles .
Há poucos anos também havia na minha aldeia um senhor com cerca de 40 anos que era alcoólico. Boa pessoa. Aos fins de semana vinha bater a porta para lhe dar uma moeda. Raramente lhe dava a moeda porque sabia que era para alcool, mas fazia sempre uma sandes que ela guardava religiosamente para quando fosse a noite, comer. Quando batia a porta, por vezes, já se dizia cá em casa (olha vai abrir a porta que é Ele). Claro era comigo, e com muito gosto lhe fazia a sandes. Foi das melhores coisas que fiz ,pois quando se cruzava comigo na rua dizia que lá vinha o amigo. Pois, porque amigos não os tinha. Entretanto, O Manuel faleceu, e na mercearia, alguém da família dele encontrou-me e olhando nos olhos e disse-me "o seu amigo morreu".
Que bom saber que ele me considerava amigo. Pensei eu
Existem pobres, que as vezes o são porque precisam de ser encaminhados. Até as vezes por um familiar para lhes fazer ver que é preciso fazer alguma coisa para ter que comer. Por vezes até são muito bons a trabalhar desde que esteja alguém por perto a defenir as regras. As capacidades são muitas vezes limitadas, embora inteligentes.

- Outro caso que com o tempo caíu em pobreza.


Noutra altura tive também um colega na minha empresa que na sua idade de adolescência se formou em engenharia em Barcelona, lá pelos anos 70. Veio entretanto para o nosso País onde casou e teve 4 filhos , e tendo sido admitido na minha empresa como dos primeiros empregados, começou por mostrar os seus conhcimentos. Entretanto veio a pouco e pouco a dedicar-se ao álcool e a desorganizar-se pessoalmente até nas suas capacidades, ao ponto que já com os seus 40 e poucos anos já seria preciso sempre alguém ao seu lado para lhe indicar o que teria de fazer. Entrou numa pobreza profunda ao ponto de enganar a própria mãe, já que entretanto a esposa se separou dele e viu-se obrigado a entregar a casa a entidade a quem comprou a casa. Fui eu que lhe segui as pégadas e o tentei encaminhar já com a idade que por fim tinha. Acabou por ser dispensado da empresa com a idmenização respeitante aos anos que possuia. Mas logo de seguida refazendo a sua vida com outra pessoa de origem estrangeira tendo ao fim de pouco tempo esgotado também a quantia que obteve do seu despedimento.
Claro que este caso é um pouco diferente dos 2 anteriores, pois teve grandes oportunidades, e a certa altura deixou de as aproveitar.
VAMOS AJUDAR A ACABAR COM A POBREZA.


1 comentário:

Catarina Garcia disse...

Claro que o último caso foi ele próprio que se afundou. Talvez tenha sido por outras razões como a educação que teve, ou mm outra coisa. Mas há muitos casos assim infelizmente.